A neve nos tira do sério
Eram 9h de uma manhã de sábado quando enviei mensagem perguntando a uma amiga brasileira onde seria a aula que fazemos juntas. A resposta veio com outra pergunta: “Onde está minha neve?”. Um dia antes, outra amiga, antiga moradora da cidade e hoje de volta ao Rio, tinha me enviado mensagem perguntando se nevava em Paris naquele momento. Euzinha sequer tinha olhado pela janela no dia, mas fui lá apurar a informação.
Ontem (16/01), saímos da aula com o cenário totalmente invernal. Aí brasileiro se assanha. A ponto de fazer boneco de neve em guidon de bicicleta, e se esbaldar fazendo nada nas ruas, até a mão ficar congelada. Deu até para esquecer a pandemia por 15 minutos.
Difícil explicar a excitação de um brasileiro, especialmente se ele vier de uma cidade onde, no inverno, a gente passa o dia na praia para se refrescar de um calor de 30 graus. Basta a meteorologia divulgar a possibilidade de nevar, ou as fotos de Paris coberta de branco começarem a pipocar nas redes sociais, e pronto: comoção geral.
Eu já contei aqui, na crônica “E não é que a neve existe?”. minha saga até ver, finalmente, a neve cair do céu e pintar a paisagem de branco. Foi em fevereiro de 2018, depois de ter passado um Natal ensolarado na Polônia. Sim, vocês ouviram bem: P-o-l-ô-n-i-a. Voltei tão frustrada para a Cidade Luz que só me restava o seguinte consolo: a neve não existe. Um mês depois, eu já completamente desapegada da ideia fixa de ver este fenômeno meteorológico raro, caiu uma neve de 5 dias que parou a cidade.
Coberta de branco, silenciosa e no auge de sua beleza e esplendor, os deuses do intempéries me soprou ao pé do ouvido.
– Bobinha. Sua primeira vez era para ser com Paris…
* * * *
É proibido proibir
Está circulando na França a seguinte piada (a tradução livre é minha):
Um médico tem a incumbência de vacinar um inglês, um alemão, um americano dos EUA e um francês contra a Covid-19.
Ele dirige-se primeiro ao inglês:
– Por favor, senhor, queira acompanhar-me para tomar a vacina.
– Não vou tomar a vacina – reponde o inglês.
– Um verdadeiro cavalheiro aceitaria a vacina.
E o inglês se deixou vacinar.
Chega a vez do alemão.
– Por favor, senhor, queira acompanhar-me para tomar a vacina.
– Não vou tomar a vacina – reponde o alemão.
– A vacina é importante para manter a ordem do país.
E o alemão se deixou vacinar.
Chega a vez do americano.
– Por favor, senhor, queira acompanhar-me para tomar a vacina.
– Não vou tomar a vacina – reponde o americano.
– O seu vizinho mais bem-sucedido que o senhor tomou.
E o americano se deixou vacinar.
O médico então dirige-se ao francês.
– Chegou a vez do senhor.
– Eu não vou me vacinar – reponde o francês.
– Vamos. Um verdadeiro cavalheiro aceitaria ser vacinado.
– De jeito nenhum!
– A vacina é importante para manter a ordem do país.
– Não!
– O senhor sabe aquele seu vizinho mais rico e bem-sucedido? Ele se vacinou…
– Foda-se!
O médico, já perdendo a paciência:
– Escuta… quem é você exatamente?
– Eu sou um francês!
– Ah! Um francês! De todo modo você não tem mesmo direito a ser vacinado…
– COMO ASSIM EU NÃO TENHO DIREITO DE SER VACINADO!!!!?????
… e o francês se deixou vacinar.