A ponte NY – Paris

Em abril de 2013, parti de férias à cidade que nunca dorme. Lá pisando, fui gradativamente desfrutando de sensações, como qualquer viajante um pouco atento. Nova York não me assustou e nem se assanhou pra mim. Apenas foi ela mesma e respeitou quem sou. No que não pôde me atender, mostrou-me outras opções – tão boas ou até melhores do que eu planejava.   Não foi arrogante e também não me deixou segura demais, foi natural e não teve medo de mostrar suas limitações, porque sabe que não precisa se provar. Porque sabe ser o que é –  e isso é uma. . .

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Mais perto dos deuses

O cenário é completamente diferente daquele deixado para trás. Rumo à inacreditável Índia, um grupo de estudantes de uma célebre universidade parisiense, a maioria franceses e com média de idade de 22 anos, parte num domingo ensolarado pelo aeroporto Charles de Gaulle. Na bagagem, roupas leves, um roteiro bem preparado por um professor de antropologia para lá de experimentado na história desta parte da Ásia e muita curiosidade. Fazia tempo eu não seguia em uma excursão estudantil. Muito menos quando eu sou tão aluna quanto qualquer outro e ao mesmo tempo sou mais velha até que o professor. A interação. . .

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Todas as línguas do mundo

Chego em Toulouse sem saber de nada. A vida corrida nem sempre deixa tempo para a pesquisa sobre o destino de um fim de semana prolongado. O jeito é viajar no escuro. Mas pela capital da região francesa de L’Occitanie eu já nutria uma simpatia. Professora de francês no Brasil, minha mãe veio para cá fazer uma especialização na Universidade local, no remoto ano de 1984. Enquanto minha progenitora se engrandecia profissional e culturalmente, a garota carioca de 14 anos tirava alguns meses da férias maternais, no auge da adolescência. Ficamos sob a guarda de um pai cuca fresca e. . .

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Mancha entre nós

Entro na lanchonete vegetariana da famosa Portobello Road. São 10h da manhã numa Londres cinzenta, onde cai uma garoa fininha. Pergunto se tem a pizza vegetariana, uma delícia a qual tenho vontade de apresentar ao companheiro de viagem. Era minha ideia para o café da manhã. – I’m afraid not, sweet (“temo que não tenhamos, meu doce”, na tradução ao pé da letra). Mas temos esse empanado integral aqui. Acabou de sair do forno. Aceito a substituição oferecida de forma tão amável. Na hora de pagar, pergunto se tem café. – We just have cold drinks, darling. You can get. . .

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